quarta-feira, 6 de março de 2013

Sobre nós, sobre o nosso fim.





          E de tanto pensar, assim sozinha mesmo, cheguei a conclusões que não são agradáveis. Talvez essas questões fossem tão óbvias, tão simples, vistas de longe, que me pouparia noites em claro pensando sobre o assunto. Cheguei a conclusão de que sou egoísta. Não ligo para o bem estar dos outros (que dirá, do meu, coitado...) pra conseguir o que eu quero.
          O que será mais doloroso? Sentir falta, saudades e lembrar (todo santo dia), sem ser lembrado ou, por sua vez, saber que a outra pessoa lembra sim, pensa em você, mas que vocês dois, juntos, nunca funcionariam. Não me façam escolher uma opção, por favor.
          Vou te dizer o que dói. O que mais dói é desistirem de você. Acharem que você não valeria o esforço. Até me arrepia a ideia, mas esse tipo de decisão não costuma ser reconsiderada. Acho que quando se existem sentimentos como estes, nós esquecemos daquele instinto de auto-preservação. Nós não racionalizamos bem. Acontece comigo frequentemente.
           Se há medo de se machucar, provavelmente não é aquilo que dá brilho ao olho e embrulha o nosso estômago. Se há covardia, meu bem, então que você fique com ela. Faça-a seu par e puxe-a para dançar, porque eu (sem poder, sem querer) já estou partindo.


Letícia Medeiros

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre meu problema.



            Certo... Eu estava completamente errada. O problema sou eu. Eu e meu sentimentalismo querendo modificar o mundo, as pessoas, deixar tudo do nosso jeito. O problema é tamanho que eu aposto que se eu fosse ao médico, ele me diagnosticaria com uma doença que eu me habituei a chamar de "incontinência amorosa" ou algo parecido com isso. O principal sintoma é ser sensível demais. Provavelmente não tem cura. Nasci e morrerei com ela. 
            Parece que nos dias de hoje, nessa vida moderna que nós levamos (meio que forçados), levar alguém a sério é praticamente tirar a prova da ausência de sua sanidade mental. Bem, isso é impossível para mim. Comigo não funciona assim. Eu continuo sendo estranha ou "à moda antiga", como eu gosto de pensar. Conhecendo alguém, assim, bem devagarinho. Despretensiosamente chegando perto e se encantando com o jeito uma da outra. Essa é a melhor parte, aliás. Simplesmente se fascinar, até sentir necessidade de falar/estar com essa tal pessoa. Que loucura a minha, né? 


Loucuras de,
Letícia Medeiros

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pela milésima vez, sobre o tempo.



      Então, você vê que é triste o tempo que perdeu com aquilo. Descobriu (muito tarde, por sinal) que desperdiçou sua atenção com as pessoas erradas. Tendo ideias erradas de cada uma delas. Você vê o tamanho da idiotice que foi ficar parada, quando todo mundo ao seu redor tá seguindo em frente. Vê também que acabaram te fazendo um favor, e dos grandes. Como se tivessem me jogado porta a fora, no meio de uma chuva torrencial. Os pingos, no início, parecem me machucar, mas aí você lembra de como isso era bom e então só para de ligar, literalmente. Uma questão de costume, eu acho. Parece rude falando assim "parar de ligar", mas na realidade isso acontece gradualmente. Uma hora você lembra de fatos, fotos, de coisas e isso simplesmente não te move... Não tem mais poder algum sobre você. Então é nesse exato momento que você ri e pensa: "Perdi o meu tempo." E, vamos combinar, tempo é uma coisa que a gente nunca sabe se tem o suficiente para desperdiçar assim, com nada. Pelo menos foi o que eu aprendi com você.

Letícia Medeiros

sábado, 27 de outubro de 2012

(...)



"Desenhei miragens tolas
Nas margens do seu deserto
E uma verdade impossível 
Só pra ter você por perto."

             E agora eu vejo que a culpa é minha. Sempre foi. Sempre vai ser carregada nas minhas costas. Não sei se por falta de interpretação, por falta de querer entender. As palavras simplesmente eram ilegíveis para mim. Até que, algo é dito aos meus ouvidos e a realidade é jogada como uma pedra bem no meio da testa. E você se sente tão inútil e imatura por não ter percebido antes. Lembra-se que ele te disse isso. Te explicou, pacientemente, várias vezes. É que acabou.

Letícia Medeiros

...mas vai passar.



       Sei que vai, mas sabe como a gente se prende a algo? Não quer deixar ir embora. É meio isso, eu acho. Não tem para onde correr, mas a gente se segura de qualquer jeito. Sem ligar para o "se daria certo". Não. O que importa apenas é se a outra pessoa quer estar ali com você. Só.
     Às vezes por amar uma pessoa e não ser correspondida, esquecemos que antes disso existia uma afeição. Não se pode cortar sentimentos assim, de uma hora pra outra. Não é humano, nem é normal. Aquilo ali gruda na nossa pele como um hábito que você deve largar. Mesmo se ainda tem as formas dos dedos uns do outro, se aquele costume ainda está fresco na mente. A vontade de estar perto não passa assim, avassaladora como um final é. Demora. Percebemos sozinhos que o certo é ficar longe, apenas. 
        Todo mundo diz que passa e tenho certeza que isso é verdade. Quando eu quiser rir, gargalharei. É chegada a hora de chorar, então eu choro. Porque como o Nando diz: "Triste é não chorar."


Letícia Medeiros
Ao som de Ainda não  passou - Nando Reis

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ainda não passou.



            A vida segue. Não sobra nada, senão seguir. Por mais que você tente parar, ninguém vai te ajudar, te esperar recolher os teus próprios pedaços. Por mais que você tente mostrar os seus motivos, o que te move, não vai adiantar. Porque pra ele, já se passou. E de uma forma, triste e ao mesmo tempo irônica, te dizem que foi o destino quem tramou tudo isso. Que em tão pouco tempo, papéis foram invertidos. O amador torna-se a coisa amada. Talvez para termos a consciência do que se passou um com o outro. Isso deve ser o que chamam de o mundo dar voltas, certo? 
           Então, o mais sábio a fazer é seguir. É o que todo mundo manda. Quem sabe, numa dessas voltas, esse mesmo destino, que trama, perdoe minhas tolices, meus medos, minhas inseguranças do passado. Quem sabe ele me bote de novo no prumo certo. Quem sabe passou, mas volta.


Letícia Medeiros

quarta-feira, 6 de junho de 2012

(...)

       
         Bom, é o seguinte. Vai ficar aí sim e não adianta reclamar! Nossa, depois de todo esse tempo. Dá pra fazer o que eu pedi só uma vez? 
        Como assim a 'culpa é minha'? Você quem não faz o seu trabalho direito, se quer saber. Aliás, cadê os teus superiores, hein?! Onde é que eu reclamo? Não sei como ainda está com esse emprego. 
       Esperar mais um pouco? Ah, quer saber? Acabou a conversa. Entra aí, e só vai sair quando eu tiver um namorado, ouviu bem?

(Quase fechando a porta da geladeira...)

         Ah, já ia esquecendo...

(Vira o pobre Santo Antônio de ponta cabeça.)

Agooora sim. Feliz Dia dos namorados pro senhor também!

Letícia Medeiros.