sexta-feira, 24 de maio de 2013

Carta nº2



"A new love, a new drug, a new me, a new you"

Novos. Sim, novos. Não somos mais os mesmos. Houve perdão, e agora tudo me parece mais claro que antes. O perdão era a chave. Não havia espaço para o amor, enquanto houvesse mágoa nos corações. E é engraçada e, ao mesmo tempo, assustadora a forma que nos (re)encontramos. "Foi como um atropelamento." Se existe essa coisa que costumamos chamar de destino, posso dizer que ele nos juntou, certamente. Nada com você parece ser ao modo convencional e essa é uma das coisas que eu mais amo. Um dia, um mês e as coisas são tão intensas que chego a pensar que já se passou um ano, mas (ainda) não. Creio que seja só uma impressão que eu tenho, talvez por nós já nos conhecermos (o lado bom e ruim, de ambos) tão bem. Você diz admirar meu gosto musical e gostar da minha ironia. Eu falo de sua paixão, de como vou dormir inquieta quando não escuto sua voz mandando meu "beijo, beijo, beijo" de boa noite e admito que acho um charme esse seu mistério. Mistério que você exala (inconscientemente) pela sua forma de falar, até pelo olhar, que sempre parece querer cochichar algo ao pé do meu ouvido. Nos conhecemos sim, mas em cada novo dia há algo para descobrir, para nos descobrir. Grandes incógnitas que consigo desvendar aos poucos, e é aos poucos que termino sempre te amando mais. Se é que isso é humanamente possível. Pra concluir, eu cito o que comentaram sobre nós: "Ainda é de brincadeirinha". Eu apenas sorrio. Sim, aquele sorriso conspirador de quem guarda uma preciosidade. Porque eles não sabem, amor. Eles não sabem de nós. Não sabem que talvez nunca tiveram o que nós temos, talvez nunca cheguem a encontrar. É  algo especial, excepcional, transcendental (risos) e eu não culpo ninguém por não compreender. Por não nos compreender. Tudo bem, esse é um jogo para dois. Eu tenho você e pra mim, isso basta. Aliás, isso supera. 

Para: M. M. 
With love.

Sua,
Letícia Medeiros
Feliz 1º mês, amor.  

domingo, 19 de maio de 2013

Para os amores errados.



         Um dia ouvi falar de um livro ótimo, onde o assunto principal eram os amores, sim. Só que eram os amores errados. Os mais românticos poderiam dizer que todo amor é certo, mas não é bem assim. Nós, mulheres, temos um sexto (famosíssimo) sentido para a pilantragem masculina que, afirmo por conhecimento de causa, não só minha, como de amigas também, é encontrada em grande parte dos exemplares deste complicado (entretanto, necessário) sexo. Complicado? É sim, ora. E creio que a autora deste livro concorda plenamente comigo. Uma hora querem, outra não. Uma hora te amam, mas preferem não "estragar as coisas" (?) Meu impulso sempre era responder: "Como assim estragar, idiota? Você não vê que já está estragando?" Mil perdões pela hostilidade, mas pelo o que me consta, ou esses seres são compostos de uma quantidade exorbitante de indecisão, ou estavam apenas brincando com mais uma. Desculpe, realmente me falta paciência. Talvez essa uma seja tão culpada quanto ele. O nosso sexto sentido não falha. Nascemos com um sensor acoplado para identificar cafajestes. A decisão de tentar ou não é nossa. O real problema feminino (na minha humilde opinião) é de achar que qualquer um pode ser nosso amor certo, mas não pode ser assim. Não devemos pular de cabeça desse jeito tão leviano. Talvez a gente espere demais deles, talvez a gente espere pela perfeição. Esperamos em vão, pois essa nunca chegará. Fica aqui a dica para as minhas (sim, estou incluída) colegas que compartilham da mesma virtude de ter um coração mole. Quando ele chegar, você vai saber. Não será perfeito, mas ele acertará até nas mínimas imperfeições. Não haverá dúvida, não haverá pudor algum, não haverá vergonha de sentir, será doce. Você sentirá aquilo no seu estômago, o frio, as borboletas, e fará exatamente tudo para que aquilo nunca acabe. Muito melhor que eu, explicou o Caio com apenas algumas simples palavras: "As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa."


Letícia Medeiros
Encontrei o certo.

sábado, 27 de abril de 2013

Sobre arriscar.



       Então, eu lembrei de ter lido em algum canto que sim, é bom ter o coração partido algumas vezes. Quer dizer, não é de toda inútil aquela dor de cotovelo. Isso quer dizer que a gente tentou alguma coisa. Quer dizer que a gente se importa com alguém. Eu sei que essa frase certamente foi dita por alguém que já superou. Esse pensamento é simplesmente inimaginável para uma pessoa que está no meio de sua, digamos, aceitação. Dá vontade de chorar, bater em alguém, estapear a própria cara etc. Mas eu garanto que nunca vamos dizer a frase: "Nossa, que experiência enriquecedora". Pelo menos não por enquanto. Não tão fácil.
       Einstein disse algo como "Quem nunca errou, nunca experimentou algo novo". Creio eu, que ele não estava falando de amor, especificamente, mas ele acertou (em cheio. Gênio!). Existem várias nuances à respeito disso. Serve para calar a boca de quem acha que amor e "coisas do coração" são assuntos vagos. Algo velho, faz-se novo pelas circunstâncias. Enquanto algo novo, pode se passar de velho, pela mesmice e obviedade das pessoas (Sim, existem pessoas óbvias e completamente tediosas). Levando este fato em consideração, não prolongarei ainda mais o assunto. Só digo que ter medo de fatos que te aconteceram previamente ou de coisas onde você já errou, não te faz cauteloso. O caminho mais arriscado, também pode ser o caminho certo. 


Letícia Medeiros
Let's risk it.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não, não é engraçado.

           Engraçado como o mundo é, como as pessoas são. Certas coisas são encobertas por uma névoa. Não se sabe ao certo o que há dentro dessas pessoas, até elas  realmente se mostrarem. Eu, sinceramente, não acredito que existam vilões e mocinhos. Creio que esses dois personagens cabem perfeitamente dentro de apenas uma pessoa. Claro que existe quem opte por ser mais de um do quê do outro. Devemos saber identificá-las. Aí é onde mora o perigo. O mundo pode ser também um gigantesco baile de máscaras. Você pode se enganar uma vida inteira com uma determinada pessoa. Pode fazer mau julgamento de outra. Pode se ferrar. Aliás, quase sempre a gente se ferra por completo. De uma forma ou de outra, a gente sempre tá enganado sobre alguém. Pessoas sempre podem ter cartas nas mangas.
            Penso eu que nosso coração, no decorrer dos encontros com essas "pessoas", começa a endurecer. Chega a um ponto onde ninguém é confiável o suficiente. Você pode me perguntar: "O que fazer sobre isso?". Eu te responderei da forma como me ensinaram a lidar com essas situações. Entre na dança 'deles'. Finja que isso tudo foi apenas uma grande brincadeira. Realmente, é muito ENGRAÇADO como o mundo é. HA-HA-HA.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Assim, do nada. Parei e pensei. Já te falei de tantas formas. Já te falei com raiva, com ódio, com nojo, com desdém. Já te falei com arrependimento, com perdão, com raiva de mim mesma. Já te falei rindo, chorando de rir, apenas chorando. Já falei pra você, comigo mesma, na imaginação. Já fiquei falando só... Já te falei com compaixão, com ternura, com carinho. Já te falei de sentimentos. Dos meus, dos teus, dos nossos. Ainda existem? Já te falei de amor. 


Letícia Medeiros

segunda-feira, 25 de março de 2013

Carta nº1


            O conselho que me deram foi esse: Ame-o, mas deixe-o em paz. Pelo menos até eu mesma ficar em paz. Será que conseguirei? Depois disso, nada mais importará. Outro conselho que me deram foi para esquecer. Me disseram que se você me vier a memória, eu só devo lembrar da ignorância e da forma como me tratou na nossa trajetória final. Agora, me explique como esquecer que um dia, eu meio que (sem saber como) me via perdida no fundo de um par de olhos castanhos, esquecer do perfume em minhas mãos,
das ligações intermináveis que invadiam a madrugada e me faziam perder o sono. Sim. E quando conseguíamos desligar, não sabia se era sonho ou se era real (Quão clichê isso pode soar. Talvez o amor seja um clichê). Será possível que um dia eu esqueça como você me fazia rir com a menor das besteiras? Não. Não eram apenas besteiras. Eram nossas besteiras. Faziam todo sentido para nós. Me faziam feliz, me faziam sorrir e, mesmo sem querer, mesmo me odiando por isso, só com as mais vagas lembranças, ainda me fazem rir. Sinto que seja a única coisa que ainda faz sentido entre nós ou pelo menos uma das últimas sobreviventes.
         
          "Deixar em paz." 

          Talvez essa seja a minha forma de deixa-lo em paz. Escrever aqui. Mais como um desabafo, do que como realmente um simples texto. Aqui eu posso escrever quantas cartas eu quiser para um remetente desconhecido. Cartas que eu mando, mesmo sabendo que talvez aquele par de olhos nunca chegue a vê-las. Aqui eu posso falar o que eu tanto tentei, de várias maneiras diferentes, te dizer. Como se antes minha vida dependesse disso. Hoje eu me contento (não muito contente, na realidade) em escrever aqui, mas na esperança de que você leia sim e que saiba, que por trás de cada minuto de "paz", de silêncio que te ofereci, tinha um zilhão de coisas que eu gostaria que fosse do seu conhecimento. Eu também quero paz. Como diria Camelo: "Eu quero paz / Quero dançar com outro par / pra variar, amor".


Letícia Medeiros
 

sábado, 23 de março de 2013

Eu te espio todos os dias. Escondida, para que não veja quando sinto saudade. As vezes quase começo uma conversa, penso e desisto no último minuto, porque sei que seu defeito é não me amar. Não do jeito que eu te amo. O meu jeito maluco de amar, de querer sua pele, sua voz e sua barba.

Se eu digo, você ri e quase nunca acredita. Quase sempre faz pouco caso. E vai embora, me deixando fugir das coisas que eu tenho medo de arriscar, porque você não arrisca muito também. Mas eu sinto o vácuo entre nós, as vezes entro nele e quase me perco na ausência de nós dois.

Ester Farias

Quem é mais sentimental que eu?




           E eu pensei que doeria mais, que me devastaria, pois até sonhar com a possibilidade de isso um dia acontecer, era algo obscuro para mim. A ideia me fazia tremer. Motivo eu nunca dei. Pensei que eu nunca te perdoaria e acho que nesse caso, nunca saberei ao certo. Só sei que cansei de fechar meus olhos, isso não vai me livrar de viver. Cansei de enxergar apenas suas coisas boas. Não precisa mais fingir que você entende e também sofre com isso. Não nos conhecemos mais. Engraçado é como me traduziram tão facilmente. Me entregaram numa bandeja para você. "Ela é muito sentimental. Vai se apaixonar por você, vai morrer de ciúmes." E não foi exatamente isso que aconteceu? Quem é mais sentimental que eu? Eu disse e nem assim se pôde evitar. Pensei até que eu choraria mais, mas eu não sei o que houve comigo. Parece que ainda não "desatei meus nós" ou, simplesmente, não seria possível tantas lágrimas para um ser humano só. Talvez essa música que está tocando, não tivesse tocado tão fundo assim, em mim. E hoje, eu não peço mais para ser desligada. Um dia eu tenho que me acalmar. Um dia eu devo começar a escutar o que os "que querem meu bem", me dizem. Acalentar meu coração e te excluir, definitivamente. Um dia eu devo me acostumar com as ausências, com as faltas e aceitar. Eu sei, não é assim, mas deixa... eu fingir e rir. 



Letícia Medeiros
Ao som de Sentimental - Los Hermanos 
           


quarta-feira, 6 de março de 2013

Sobre nós, sobre o nosso fim.





          E de tanto pensar, assim sozinha mesmo, cheguei a conclusões que não são agradáveis. Talvez essas questões fossem tão óbvias, tão simples, vistas de longe, que me pouparia noites em claro pensando sobre o assunto. Cheguei a conclusão de que sou egoísta. Não ligo para o bem estar dos outros (que dirá, do meu, coitado...) pra conseguir o que eu quero.
          O que será mais doloroso? Sentir falta, saudades e lembrar (todo santo dia), sem ser lembrado ou, por sua vez, saber que a outra pessoa lembra sim, pensa em você, mas que vocês dois, juntos, nunca funcionariam. Não me façam escolher uma opção, por favor.
          Vou te dizer o que dói. O que mais dói é desistirem de você. Acharem que você não valeria o esforço. Até me arrepia a ideia, mas esse tipo de decisão não costuma ser reconsiderada. Acho que quando se existem sentimentos como estes, nós esquecemos daquele instinto de auto-preservação. Nós não racionalizamos bem. Acontece comigo frequentemente.
           Se há medo de se machucar, provavelmente não é aquilo que dá brilho ao olho e embrulha o nosso estômago. Se há covardia, meu bem, então que você fique com ela. Faça-a seu par e puxe-a para dançar, porque eu (sem poder, sem querer) já estou partindo.


Letícia Medeiros

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre meu problema.



            Certo... Eu estava completamente errada. O problema sou eu. Eu e meu sentimentalismo querendo modificar o mundo, as pessoas, deixar tudo do nosso jeito. O problema é tamanho que eu aposto que se eu fosse ao médico, ele me diagnosticaria com uma doença que eu me habituei a chamar de "incontinência amorosa" ou algo parecido com isso. O principal sintoma é ser sensível demais. Provavelmente não tem cura. Nasci e morrerei com ela. 
            Parece que nos dias de hoje, nessa vida moderna que nós levamos (meio que forçados), levar alguém a sério é praticamente tirar a prova da ausência de sua sanidade mental. Bem, isso é impossível para mim. Comigo não funciona assim. Eu continuo sendo estranha ou "à moda antiga", como eu gosto de pensar. Conhecendo alguém, assim, bem devagarinho. Despretensiosamente chegando perto e se encantando com o jeito uma da outra. Essa é a melhor parte, aliás. Simplesmente se fascinar, até sentir necessidade de falar/estar com essa tal pessoa. Que loucura a minha, né? 


Loucuras de,
Letícia Medeiros