sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pela milésima vez, sobre o tempo.



      Então, você vê que é triste o tempo que perdeu com aquilo. Descobriu (muito tarde, por sinal) que desperdiçou sua atenção com as pessoas erradas. Tendo ideias erradas de cada uma delas. Você vê o tamanho da idiotice que foi ficar parada, quando todo mundo ao seu redor tá seguindo em frente. Vê também que acabaram te fazendo um favor, e dos grandes. Como se tivessem me jogado porta a fora, no meio de uma chuva torrencial. Os pingos, no início, parecem me machucar, mas aí você lembra de como isso era bom e então só para de ligar, literalmente. Uma questão de costume, eu acho. Parece rude falando assim "parar de ligar", mas na realidade isso acontece gradualmente. Uma hora você lembra de fatos, fotos, de coisas e isso simplesmente não te move... Não tem mais poder algum sobre você. Então é nesse exato momento que você ri e pensa: "Perdi o meu tempo." E, vamos combinar, tempo é uma coisa que a gente nunca sabe se tem o suficiente para desperdiçar assim, com nada. Pelo menos foi o que eu aprendi com você.

Letícia Medeiros

sábado, 27 de outubro de 2012

(...)



"Desenhei miragens tolas
Nas margens do seu deserto
E uma verdade impossível 
Só pra ter você por perto."

             E agora eu vejo que a culpa é minha. Sempre foi. Sempre vai ser carregada nas minhas costas. Não sei se por falta de interpretação, por falta de querer entender. As palavras simplesmente eram ilegíveis para mim. Até que, algo é dito aos meus ouvidos e a realidade é jogada como uma pedra bem no meio da testa. E você se sente tão inútil e imatura por não ter percebido antes. Lembra-se que ele te disse isso. Te explicou, pacientemente, várias vezes. É que acabou.

Letícia Medeiros

...mas vai passar.



       Sei que vai, mas sabe como a gente se prende a algo? Não quer deixar ir embora. É meio isso, eu acho. Não tem para onde correr, mas a gente se segura de qualquer jeito. Sem ligar para o "se daria certo". Não. O que importa apenas é se a outra pessoa quer estar ali com você. Só.
     Às vezes por amar uma pessoa e não ser correspondida, esquecemos que antes disso existia uma afeição. Não se pode cortar sentimentos assim, de uma hora pra outra. Não é humano, nem é normal. Aquilo ali gruda na nossa pele como um hábito que você deve largar. Mesmo se ainda tem as formas dos dedos uns do outro, se aquele costume ainda está fresco na mente. A vontade de estar perto não passa assim, avassaladora como um final é. Demora. Percebemos sozinhos que o certo é ficar longe, apenas. 
        Todo mundo diz que passa e tenho certeza que isso é verdade. Quando eu quiser rir, gargalharei. É chegada a hora de chorar, então eu choro. Porque como o Nando diz: "Triste é não chorar."


Letícia Medeiros
Ao som de Ainda não  passou - Nando Reis

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ainda não passou.



            A vida segue. Não sobra nada, senão seguir. Por mais que você tente parar, ninguém vai te ajudar, te esperar recolher os teus próprios pedaços. Por mais que você tente mostrar os seus motivos, o que te move, não vai adiantar. Porque pra ele, já se passou. E de uma forma, triste e ao mesmo tempo irônica, te dizem que foi o destino quem tramou tudo isso. Que em tão pouco tempo, papéis foram invertidos. O amador torna-se a coisa amada. Talvez para termos a consciência do que se passou um com o outro. Isso deve ser o que chamam de o mundo dar voltas, certo? 
           Então, o mais sábio a fazer é seguir. É o que todo mundo manda. Quem sabe, numa dessas voltas, esse mesmo destino, que trama, perdoe minhas tolices, meus medos, minhas inseguranças do passado. Quem sabe ele me bote de novo no prumo certo. Quem sabe passou, mas volta.


Letícia Medeiros

quarta-feira, 6 de junho de 2012

(...)

       
         Bom, é o seguinte. Vai ficar aí sim e não adianta reclamar! Nossa, depois de todo esse tempo. Dá pra fazer o que eu pedi só uma vez? 
        Como assim a 'culpa é minha'? Você quem não faz o seu trabalho direito, se quer saber. Aliás, cadê os teus superiores, hein?! Onde é que eu reclamo? Não sei como ainda está com esse emprego. 
       Esperar mais um pouco? Ah, quer saber? Acabou a conversa. Entra aí, e só vai sair quando eu tiver um namorado, ouviu bem?

(Quase fechando a porta da geladeira...)

         Ah, já ia esquecendo...

(Vira o pobre Santo Antônio de ponta cabeça.)

Agooora sim. Feliz Dia dos namorados pro senhor também!

Letícia Medeiros.


sábado, 19 de maio de 2012

Sobre (re)começar.


      Eu sei que é difícil. Eu sei, mas não se entregue não. O que é pra ser nosso, volta. E se acaso não for, a vida se encarrega de rechear nossos dias de coisas novas. Novos ares, novas amizades, uma nova cabeça com pensamentos novinhos em folha. Um novo amor, quem sabe. Nunca estaremos destruídos demais, que não possamos nos reconstruir. Peça por peça. Pedra por pedra. Do zero, se necessário. Demora, mas faz um bem danado.

Letícia Medeiros

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sobre pessoas.


      Existem pessoas egoístas, mesquinhas e que não ligam para os outros. Existem mentirosos, falsos, que te chamam de amigo, de amor e depois te dão as costas. Existem também aquelas que gostam de ver as pessoas no fundo do poço, que não tem absolutamente nada no coração. Acredite, existem pessoas que carregam todas essas características juntas. E ainda existe um tipo raro de pessoa. As que acreditam que todo mundo tem um lado bom, que não enxerga a maldade de ninguém. Na maioria das vezes são vistos como idiotas. Prazer, essa sou eu.

Letícia Medeiros

domingo, 6 de maio de 2012

Sobre eles.


       E o que seria da nossa dignidade (ou do restinho dela) se não fossem os amigos? Aquele que te aconselha, te manda mudar de atitude. Falar? Não falar? São eles quem decidem e seriam capazes de repetir o mesmo conselho trezentas vezes, se for necessário. É quem te aguenta de porre e diz que aquele seu amor platônico era um idiota e não te merecia mesmo. E, com a mais plena certeza, você seria capaz de fazer o mesmo, ou até mesmo MAIS que isso por eles.

Letícia Medeiros

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre consequências.


       Menino dado, que fala um monte de coisas no pé do ouvido. Cuidado. Um dia desses tu se apaixona e tchau. Menino que trata todas como "A Única", mas essa é só mais uma entre tantas paixões soltas. Um dia ainda vai trazer amargura pro coração de uma coitada. Cuidado que tudo que vai, volta. Tudo tem consequências. Um dia vai querer que alguém te confie. Um dia eu hei de ver você aí, parado, querendo tornar uma única a sua menina e talvez ela não te queira, talvez já tenha aprendido seus métodos. A amargura será sua e o coitado, você. Um dia desses tu se apaixona e tchau.

Letícia Medeiros

Sobre o certo.


      Tá ruim? Acho que é hora de finalizar coisas inacabadas, de fechar o coração pra balanço. Deve tá uma bagunça e chegou o momento de botar alguma ordem. Não foi inteiramente culpa sua. Muitos já passaram, uns chutando a mesa, outros a porta da frente, achando que chegariam "pra ficar", mas não é bem assim que funciona. Pode-se utilizar toda a sabedoria e tempo de um mundo especulando as razões de um coração, que ainda assim nada será descoberto. O coração é sorrateiro e ao mesmo tempo inocente, por isso as decisões "Quem vai" e "Quem fica" não são tomadas apenas por ele. Utilizemos da razão para julgar nossas oportunidades reais, ou se aquilo é só um devaneio alimentado por outro aproveitador e que nunca dará realmente certo. Certo dizer que alguém sempre paga pelo erro alheio e você, meu bem, foi o escolhido. Embora eu acredite que o erro também seja meu, que não ouvi meu próprio conselho, citado anteriormente. Dizem que "dois erros não formam um acerto" e eu agora, estou tentando consertar o meu.

Letícia Medeiros

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sobre o acaso.


O encontro de duas pessoas pode ser por acaso, mas é necessário muito mais que acaso para se iniciar uma história. Precisa-se de interesse, pode ser a atração física a princípio. Aquela olhadela de rabo de olho, um rosto corado pela vergonha e então deixamos escapar as oportunidades dos primeiros contatos. Quão tolos somos por isso? Não sei, talvez faça parte do enredo.
Então você a encontra vagando por aí, e aí sim, é onde entra o acaso na nossa conversa. Então eles respiram aquele ar de "Que bom que te encontrei" e confessam que tinham procurado um pelo outro em todo lugar, consciente ou inconscientemente, mas só foram capazes de se encontrarem ali, onde o acaso quis. Esse é o único papel dele. Ele percebe que ela é meiga e se diz encantado. Ela percebe que ele sabe envolver alguém com as palavras e pensa: "Deus do céu, porque raios você não puxou um papo quando teve oportunidade?". O fim da história (ou se vai haver um) quem decide são eles, com atitudes tomadas, palavras ditas, enfrentando as adversidades que possam existir. Nada mais tem a ver a incerteza do destino.

Letícia Medeiros

Gravity.


"Something always brings me back to you. It never takes too long."

Sei lá, parece que faz um século que nos vimos, mas sua figura ainda ronda minha cabeça. Qualquer coisa lembra, fere. Talvez não faça tanto tempo assim.

"You hold me without touch. You keep me without chains."

Coisas me perseguem. Uma fotografia, uma música que eu tanto gostava e que agora, simplesmente, ficou impossível de se ouvir. Ouvir coisas ao seu respeito também é difícil. É um sentimento confuso de alegria e pesar. Um gosto agridoce. Vai parecer besteira, mas fico feliz com sua felicidade e triste por eu não ser o motivo dela.

"Set me free, leave me be. I don't want to fall another moment in the your gravity."

O que eu te peço agora é que "me liberte, me deixe ser". Me liberte das mentiras que me envolvem, que me deixam acreditar. Não quero cometer os mesmos erros novamente. Só isso.


Letícia Medeiros
Ao som e com citações de Gravity - Sara Bareilles

terça-feira, 17 de abril de 2012



"Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei
Mil coisas eu deixei
Só pra te falar
Largo TUDO (...)"

Pra Sonhar - Marcelo Jeneci

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O que fazer?


Queria eu que tudo o que me dissesse, fosse verdade. Queria eu me deixar acreditar nas suas palavras. Queria tanto, mas meus ouvidos já ouviram mentiras suficientes para não acreditar em mais ninguém. Como que programada para desconfiar, não é sua culpa.

Sempre me pergunto, e às vezes te pergunto "o que fazer?"

E é isso. Só vir aqui. Sim, no fim do mundo. Me mostrar que estava falando sério, sim. Me contar tudo aquilo de novo, como um segredo.
Me deixar te abraçar por cima dos teus ombros. Um abraço que diz: "Senti tua falta", mesmo só tendo nos avistado algumas vezes. Foi o suficiente. Me diz aquelas palavras que envolvem, que me deixam boba, só você consegue. E por fim, nunca vá embora.

Letícia Medeiros

sábado, 14 de abril de 2012

E depois?



E é verdadeira a sensação que temos quando conhecemos uma pessoa e sabemos, assim de cara, que ela será importante na nossa vida. Não importa as fronteiras, os obstáculos. Sentimos e não pedimos permissão para tal, nem queremos saber se somos correspondidos. Só sentimos, de uma forma tão irracional e imprudente que apenas loucos, como nós, seriam capazes.

E depois?

Depois pensamos, calculamos, nos perdemos no tempo, no espaço, nas fantasias de como aquilo seria perfeito. De como poderia ser, mas não é. Aquele mesmo coração que sente tudo isso, não liga para as dificuldades. Ele é como uma espécie de chefe, que manda e desmanda em todo seu corpo, sua mente, sua alma.

Quando nos damos conta, já se foi. Já perdemos o que era nosso e passamos a não ligar também. As pessoas costumam chamar isso de amor.

Letícia Medeiros

quinta-feira, 29 de março de 2012


Não sei se por coincidência ou por obra divina, parece que tudo fica mais triste quando alguém se vai. O ar pesa, o céu derrama lágrimas e Deus, como que por respeito, nega ao sol aparecer. Já vi isso inúmeras vezes. O dia muda de cor em luto por um bom alguém que se vai.
Talvez um exemplo de rapaz ou um tio tão companheiro. É difícil dizer pra quem perde, pra quem necessita daquela presença, que isso é uma "coisa da vida". O que eu posso dizer é que Deus sabe o que faz.
Gosto de pensar que, quem vai cedo, vai porquê o mundo não merece sua presença. Que ela está, na verdade, livre de um mundo cheio de dores e injustiças.
O que conforta é que ela está mais próxima de Deus e que a dor vai passar, o que sobram são memórias intactas, gravadas no mais profundo e aconchegante lugar do coração de quem sentirá sua falta.
Hoje o céu amanheceu cinza.

Letícia Medeiros

domingo, 18 de março de 2012

love?


A verdade é que nem existe essa história de linha tênue entre amor e ódio,
só existem pessoas falsas que fingem gostar de você.

Algumas em especial, nunca entenderei porque queriam tanto me ter por perto.

Pra quê, afinal?! Se terminou tão tragicamente como eu imaginei, ou mais.

Aliás, esquece. Eu nunca imaginei que seria esse o fim. Na sua opinião, culpa minha e tão somente.

Poderíamos dividir, seria mais justo. Tanto faz.

A questão é que falei uma vez que quem ama fácil, esquece com a mesma facilidade.

E olha, eu nunca falei coisa mais certa.

Pena que os conselhos dados aos outros, jorram pelos nossos lábios sem sequer chegar perto de nossos próprios ouvidos.

É o que costumamos chamar de ser um "bom conselheiro",

ajudar a cuidar dos problemas alheios e ser alheio aos nossos.

Bem, se isso era um problema, agora não é mais.

E por mais que os bons conselheiros te avisem,

só aprendemos quando trocamos os pés pelas mãos.

Devo acrescentar que isso acontece muito (e principalmente) comigo.

Caí de costas e quebrei o nariz. Ainda vai doer um bocado, mas passa.

Letícia Medeiros

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"But go on, go on and take it..."



Em um ano muita coisa é mudada.
Seja por dentro, por fora.

A gente se transforma um pouquinho de cada vez,
mas em um ano notamos as diferenças.

Cada besteira, por menor que seja, muda.
Um cabelo tingido, uma viagem.
Algumas escolhas erradas ou várias se for o caso,
uma pessoa que entra ou que sai.
Tudo tá mudando, te mudando, nem que seja pouquinho
e ninguém tem controle.

Me disseram que quem vai embora, leva algo.
E que essa era, todo tempo, a sua função.
Pois bem, que o leve e que outros me tragam seus pedacinhos de melhora.
Dia após dia, mês após mês.
Daqui a pouco, passou o ano e tudo muda outra vez.

Letícia Medeiros
Ao som de Take it all - Adele